
Uma das peças já em fase de finalização-Foto: Divulgação Firjan
Projeto do SENAI Espaço da Moda vai deixar Nova Friburgo ainda mais no clima da Fevest 2015
Peças criadas pelos alunos vão ganhar produção fotográfica e serão expostas como vitrine na fachada do SENAI Espaço da Moda.
Um projeto inspirado na fachada de escolas internacionais como a London College, na Inglaterra, promete deixar os moradores de Nova Friburgo no clima da maior feira de moda íntima, praia, fitness e matéria-prima da América Latina, a Fevest, que acontece entre os dias 2 e 4 de agosto. Com realização do SINDVEST (Sindicato do Vestuário), o evento conta com o apoio do Sistema FIRJAN, que entre outras ações mobilizou os alunos do SENAI Espaço da Moda para criarem peças, com foco em moda íntima. As peças serão fotografadas e expostas com destaque na frente da unidade localizada em uma das avenidas mais movimentadas da cidade: a Conselheiro Július Arp. A ideia é que a exposição de fotos com a produção dos alunos atraia a atenção da comunidade local para reforçar a identidade do polo como capital brasileira do segmento.
A especialista em moda do SENAI, Milena Cariello, relata que a ideia surgiu durante uma das viagens de pesquisa para análise de tendências direcionadas pela Gerência de Desenvolvimento Setorial da FIRJAN. "Foi ali que coletamos exemplos importantes como a London College e a Formamod París, que têm graduação específica em lingerie. Nós vimos que a vitrine de uma dessas escolas era a produção dos próprios alunos", destacou. A partir dessa ideia, o Sistema FIRJAN formatou junto com o SINDVEST, o projeto Novos Talentos que visa transformar o SENAI de Nova Friburgo em uma grande vitrine com todo conteúdo que é desenvolvido nos cursos, valorizando a produção dos alunos.
Cada grupo é formado por três estudantes: um de modelagem, um de costura e outro de mecânica. No primeiro momento, eles idealizaram as peças em um croqui. Divididos por coleção, os alunos agora estão na fase de aperfeiçoar o material e são acompanhados pelos instrutores do SENAI. "Nesse acompanhamento eles preparam a modelagem para que nós possamos avaliar e assim pontuarmos todos os detalhes que precisam ser reajustados para que todo esse contexto forme uma peça para vestir bem, que é o foco inicial. Depois disso, entra a questão do acabamento que deve ser bem elaborado para deixar o conjunto da peça harmônico e atendendo, inclusive, os padrões estéticos exigidos pelo mercado", explicou Anne Mari Folly, técnica em Educação do SENAI Espaço da Moda. A entrega dos trabalhos finalizados acontece até o dia 22 de junho e a partir daí começa a produção fotográfica. Além das fotos, as peças criadas serão apresentadas em uma exposição no próprio SENAI chamada "Moda, Esporte e Performance", e serão compiladas em uma publicação com o mesmo nome, que será distribuída durante a Fevest 2015.
Para o presidente do SINDVEST, Marcelo Porto, o projeto é um trabalho que vai mexer diretamente com a questão da sobrevivência do polo. Ele conta que alguns arranjos produtivos deixam de existir pela falta de mão de obra. "Visitando a Itália, por exemplo, nós percebemos que muitas regiões criaram uma cultura de valorização desse mercado da moda que sobrevive porque as crianças e os jovens crescem acreditando que aquilo dá certo, envolvendo não apenas a costura em máquinas, mas todo o mecanismo de criação. Percebemos isso também visitando uma escola de Tóquio que trabalha criatividade e design. Lá, encontramos uma brasileira que estuda técnicas em estética para cabelos. Ela demonstrou, através de uma fotografia exposta na escola, que para criar um conceito de penteado não foi necessário entender apenas de cabelo, mas também de moda, maquiagem e design. É importante entender que existe uma convergência entre áreas que, a olho nu, têm pouco em comum, mas todas seguem tendências dentro de um mesmo contexto criativo", analisa.
Segundo Marcelo, quem cria uma peça não pensa nesse produto guardado na gaveta, mas imagina ele sendo usado por uma pessoa em determinado lugar. "É exatamente esse o imaginário, em que a criatividade interage com outras áreas não relacionadas diretamente com moda íntima. A proposta do projeto vai muito além de croqui e tecido. A ideia é fotografar a alma da pessoa nesse produto final. Valorizar esse processo criativo é dar valor às pessoas, fazer com que elas acreditem no próprio sonho", conclui