Um acordo entre a diretoria de saúde da Marinha e a Fiocruz vai possibilitar a reativação do espaço do antigo Hospital de Tisiologia

A diretoria de saúde da Marinha e a Fiocruz assinaram na última  sexta-feira (25 de abril ) um acordo de cooperação técnica que tem como objetivo a reativação das instalações do antigo  hospital de tisiologia do Sanatório Naval de    Nova Friburgo. Para a Diretoria de Saúde, a parceria com a Fundação também serve para identificar interesses comuns que justifiquem a reforma e a reativação do espaço - o antigo hospital está localizado em uma  vasta área de Mata Atlântica.

"Queremos debater a revitalização ambiental e social do local. Essa parceria tem um foco, mas, como é de praxe na Fiocruz, inclui ainda uma cooperação maior, que vai além da questão da saúde", disse o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha.

 Segundo o diretor de Saúde da Marinha, o vice-almirante Celso Montenegro, o acordo agora assinado fortalece uma relação institucional já existente e abre perspectivas para novas parcerias. "Temos como meta, literalmente, ver florescer, crescer e frutificar esse acordo", afirmou o oficial. Para o vice-almirante que o substituiu na função, Paulo Cesar Rodrigues, "este é um trabalho importante não somente para as duas instituições, mas, principalmente, para a sociedade brasileira. É uma honra ter a parceria da Fiocruz nessa empreitada", frisou o vice-almirante.

 Em dezembro, após uma visita de representantes da Fiocruz às instalações do antigo hospital naval, foram discutidos os possíveis projetos que podem ser conduzidos em parceria com a Marinha. Entre eles destacam-se a identificação de espécies vegetais com potencial terapêutico; a capacitação para sustentabilidade ambiental da área verde do sanatório naval; e a elaboração de estudos sobre defesa civil.

 Um pouco da história do Sanatório Naval de Nova Friburgo (SNNF)

 Construído em 1890 numa fazenda de 168 alqueires de terra por Antônio Clemente Pinto, o Barão de Nova Friburgo, o belo chalé em estilo normando, com numerosos aposentos, conhecido na época como "Barracão", era o local de encontro durante as atividades de caça da época.  No imóvel, tombado pelo IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Nacional, foi inaugurado em 30 de junho de 1910 o Sanatório Naval com  o objetivo  inicial de tratar as vítimas de beribéri de seus oficiais e praças da Armada e convalescentes de outras doenças. No entanto, a partir do ano de 1933, a prioridade voltou-se para outra doença: a tuberculose.

 Durante a guerra de 1914 à 1918 , a Unidade foi utilizada como campo de internação para tripulantes de navios alemães, aprisionados pelo Governo Brasileiro em diversos portos. Muitos destes alemães estabeleceram-se e constituíram família em Nova Friburgo. Em fevereiro de 1936 foi inaugurado o Hospital de Tisiologia, extinto em novembro de 1966, sendo então criada a Colônia de Férias dos Oficiais.

Em 1969 foi reativada a Clínica de Tisiologia, com transferência dos baixados do Hospital Naval Marcílio Dias para o Sanatório Naval, sendo extinta, definitivamente, em 1991.

Em 1981 foi criada a Casa do Velho Marinheiro, com ampla área de lazer para promover  conforto e saúde a família naval. Atualmente o Sanatório Naval ocupa uma área de aproximadamente 530 mil metros quadrados, com 93% de Mata Atlântica preservada. A importante Instituição  é responsável pelo provimento de ações de saúde aos usuários do Sistema de Saúde da Marinha em mais de 100  municípios, cuja área de abrangência se estende pelo interior dos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Nos últimos anos com o prédio do ambulatório reformado, o Sanatório passou a contar com médicos, dentistas, enfermeiros e farmacêuticos para o atendimento primário de militares, inativos e pensionistas residentes em Nova Friburgo e redondezas. Atualmente, o prédio destina-se aos serviços administrativos, além de contribuir para a eficácia do Sistema da Saúde da Marinha, apoiando  campanhas de saúde  promovidas pelas Secretarias Estadual e Municipal de Saúde